meus contos meus assombros

quando o inferno estiver cheio os mortos andaram pela terra

Textos


o passageiro

Ao embarcar naquele ônibus Jorge não sabia que iria para uma viagem muito além da imaginação.
Jorge caminhava impaciente pela rodoviária, o ônibus que o levaria para seu destino já estava bem atrasado, ele olhava constantemente no monitor de seu relógio digital , estava ansioso para partir, queria resolver logo aquele problema, enfrentar aquela situação, vencer aquele desafio. Na maleta estavam os papeis, os documentos que valiam muito dinheiro, caso ele conseguisse concretizar o negocio ele receberia uma gorda comissão e quem sabe uma promoção, ele se julgava um afortunado, todos na firma queriam aquele serviço, mais Jorge foi escolhido era de sua inteira responsabilidade concretizar a negociação tantas empreiteiras disputavam aquele contrato, para ele um jovem executivo era sua grande chance, com apenas 29 anos ele podia mudar de vida, e tudo dependia daquela viagem , dai sua impaciência com a demora do transporte .
Qual não foi o alivio quando ele viu o ônibus chegar, finalmente iria embora daquela rodoviária, a única na pequena cidade de Neolis como era uma quarta feira havia pouco movimento, os pequenos quiosques estavam desertos, era por volta das 19 horas apenas o pequeno bar tinham movimento os cachaceiros de plantão riam e bebiam mais eram poucos, na plataforma onde se encontrava Jorge não havia ninguém salvo um cão vadio que chafurdava o lixo acumulado num canto próximo a central de atendimento, onde apenas um funcionário sonolento esperava possíveis clientes. A própria cidade parecia adormecida se bem que fosse tão cedo, não havia movimento nem de carros ou pessoas. Havia algo de estranho de sinistro naquela noite, seria o barulho do vento que soprava de forma incomum? As luzes da rodoviário quase todas apagadas? Seria o brilho fantasmagórico das estrelas obscurecidas por uma leve bruma que se insinuava?, alguém mais atento teria percebido algo de irreal, de fora do normal, mais Jorge estava muito focado nos negócios, ele não tinham tempo de pensar em nada além do trabalho, precisava daquele contrato era tudo que importava. Quando as luzes do ônibus brilharam na noite Jorge pensou aborrecido -finalmente o maldito chegou já estava na hora , uma hora de atraso mesmo para essa cidade estupida e algo incomum bem o importante e que vou embora daqui – não era uma viagem curta seria três longas horas até Porto Alegre , pegando sua maleta Jorge se posicionou a espera do veiculo , quando o carro chegou ele notou algo estranho era um ônibus bizarro tinha cores diferentes mesmo o modelo era diferente, era antiquado, parecia um daqueles ônibus dos anos 70, com aqueles faróis bojudos parte dianteira projetada pra frente, espelhos retrovisores quadrados, uma saliência na parte superior frontal – que lata velha e essa , eu não paguei pra isso – pensou Jorge, mais não era uma lata velha, a pintura e o aspecto geral do veiculo era novo, nada de ferrugem ou desgaste, parecia que tinha recém saído da fabrica, Jorge teve vontade de ir a central de vendas e reclamar, se tivesse feito isso teria presenciado algo horrível o funcionário estava caído no chão morto, soltando uma espuma pela boca, alias tudo estava silencioso um silencio de tumba, o cão vadio jazia sem vida, no pequeno bar os risos e a fala dos bêbados cessou eles agora estavam jogados no chão fenecidos , o dono do bar sentado em sua cadeira também falecido, parecia que a chegada daquele sinistro ônibus havia trazido Tanatus a deusa da morte que havia soprado seu hálito frio e fétido sobre todos naquela lugar .
E a morte pairava sobre aquela rodoviária quiçá sobre a cidade inteira , mais Jorge tão focado no trabalho nada percebeu apenas estranhou o aspecto do ônibus e o atraso.
Ao subir no ônibus notou que o motorista e o cobrador conversavam animadamente eles pareciam ignorar a sinistra situação que os cercava, cada com um cigarro na boca era esquisito já que era proibido fumar nos ônibus, percebeu que eram estranhos ele nunca tinham visto aquelas pessoas ali, o que também era excepcional, já que ele já tinham tantas vezes viajado com os veículos da cidade conhecia todos os motoristas e cobradores, percebeu os uniformes diferentes do padrão usado pelos funcionários das empresas de transporte da cidade ao olhar para o interior do ônibus notou que estava quase vazio, havia apenas cinco passageiros, um casal de idosos, um rapaz negro com um cabelo Black Power que fumava um cigarro, e duas moças que pareciam ser irmãs uma jovem muito bonita por sinal que devia ter uns 21 anos e uma adolescente de uns 13 anos, a mais velha tirou logo um cigarro e fumava – que estranho todos fumam mais não é proibido – pensava ele , que notou que não havia nenhum dos tracionais avisos de “ é proibido fumar” Jorge sentou num acento numero 7, as garotas estavam no numero 6, a o sentar olhou casualmente pra fora, foi ai que notou o silencio profundo, e ausência absoluta de qualquer movimento, mais não deu maior importância, abriu a maleta onde estava seus preciosos papeis, passou a ler os detalhes do contrato para fixa-los melhor em sua memória. Jorge tirou seu celular queria ligar para a empresa informando que estava de saída, mais notou que o sinal não chegava, como se estivesse bloqueado, pensou que talvez a bateria estivesse descarregando chamou o cobrador – ei moço venham aqui por favor – o homem veio deu uma baforada no cigarro e indagou – sim oque quer? – olha meu celular esta com problema você poderia me emprestar o seu para fazer uma chamada rápida – o homem arregalou os olhos achando o pedido estranho e respondeu – Celular? Oque é isso? – Jorge foi pego de surpresa aquele homem de meia idade e enorme bigodão não sabia oque era um celular?- hora celular é um celular – respondeu Jorge – o homem coçou o bigode e disse – olha amigo eu nunca ouvi falar disso me mostre – Jorge intrigado com ignorância do homem respondeu – espere ai você nunca viu um celular? Em que planeta você vive? Todo mundo tem um, celular e um tipo de telefone sem fio portátil – me mostre um – disse o homem com jeito apalermado – Jorge tirou o aparelho do bolso e o mostrou o pobre homem ficou ainda mais confuso – isso é um telefone? – sim claro e também funciona como um tipo de computador – computador? Os computadores que eu conheço são enormes ocupam uma sala inteira e você esta dizendo que essa coisinha ai é um computador? Tá parecendo uma maquina de calcular mais cadê os botões?– Jorge se aborreceu com a ignorância do homem – tudo bem cara eu dou um jeito pode voltar para seu serviço – o cobrador saiu confuso com a conversa com aquele passageiro estranho. Jorge pensou – que absurdo esse cara não sabe o que é um celular coitado ele deve viver num ilha deserta ou no meio do mato, caipira boboca - ele pensou em perguntar aos outros passageiros se alguém podia emprestar mais desistiu deixou pra lá, quando chegasse em Porto Alegre ele daria um jeito de carregar e ligar pra firma. Jorge se concentrou no papeis para passar o tempo havia esquecido seu fone de ouvido, no fundo do ônibus estava o rapaz negro com um cabelão Black Power ele tinha um enorme e antiquado aparelho de som colocou fitas k 7 e ficava ouvido reggae de Bob MarleY Jorge achou engraçado – esse cara tão jovem gosta dessas velharias de 40 anos atrás e esse aparelho de som das antigas que sujeito esquisito – ate a roupa dele era estranha fora de moda, usava uma calça boca de sino de tergal, e uma camiseta colada no corpo mais que deixava a barriga a mostra tinha pulseiras coloridas nos dois punhos e um medalhão enorme pendurado no pescoço em forma de sol que coisa mais cafona e no banco de trás onde ele estava ouviu as garotas conversando animadamente – menina aquele Tarcísio Meira é um pão, ai que homem lindo – eu prefiro o Toni Ramos ele esta muito gato naquela novela- Jorge ficava a cada momento mais intrigado duas garotas jovens se derretendo por dois velhos decrépitos como Tarcísio e Toni Ramos? Devem estar malucas – ele notou que as meninas também se vestiam como se fossem a uma festa retro estilo anos 70 a mais nova usava um boné ridículo típico da moda dos anos 70 que cobria quase a cabeça toda, e um macacão marrom com uma blusa banca com uma foto do Elton John e usava trancinhas que visual brega, e a mais velha tinham um corte de cabelo que lembra Farrah fawcette com muitas pulseiras e colares e uma calça de laicra azul bem colada no corpo uma blusa verde com a imagem de Roberto Carlos ainda jovem, duas adolescentes elogiando dois velhos caquéticos e com roupas cafonas , oque estava acontecendo naquele ônibus? Para aumentar a estranheza de Jorge o motorista ligou o radio e só tocava musicas antigas, mais oque mais espantou ele foi quando os noticiários começaram, era noticias sobre a guerra do Vietnã, os preparativos da seleção brasileira para a copa de 74 na Alemanha, as medidas econômicas do presidente Geisel, a crise do petróleo as novidades da novela Selva de Pedra, o novo modelo de fusca lançado naquele ano, era uma volta no tempo, então o impensável surgiu na mente de Jorge – meu Deus eu estou numa maquina do tempo, ? Não isso e loucura não é possível , espera ai se isso e verdade o meu compromisso na cidade eu vou perder? Jorge olhou aflito para fora da janela do ônibus foi então que ele viu algo assombroso acontecer a medida que o carro avançava pela estrada ele via as paisagens passarem mais e mais rápido, ate que ele só via borrões indistintos e uma sensação de tontura, um mau estar ele gritou – pare esse ônibus eu quero descer – mais ninguém parecia ouvi-lo o carro avançava mais e mais rápido, o corpo de Jorge foi tomado por uma tremedeira incontrolável, ele sentia todo seu corpo chacoalhar e toda a estrutura do veículo parecia estremecer, ele mal conseguia falar, ele moveu os olhos para a janela não havia mais nada a não ser uma massa marrom quando olhou pra frente ele via nitidamente as poltronas e a parte dianteira do carro mais essa imagem ia se comprimindo porem não conseguia distinguir nada com sua vidão periférica estava tudo desfocado ele só enxergava a imagem central que se afunilava como se estivesse adentrando um túnel , seu coração acelerava , sua respiração ofegante, e suava em bicas ele pensou que iria morrer a qualquer momento, então súbito tudo parou Jorge se sentiu jogado pra frente com violência, ele desmaia, depois de um tempo o rapaz acorda, assim que retorna a consciência , Jorge sente um gosto de terra na boca, ele cospe era areia mesmo ele olha a o redor a principio não enxerga nada, a não ser uma luz cegam-te mais logo seus olhos vão se habituando a luminosidade ele volta a enxergar ele olha ao redor e percebe que esta dentro do ônibus, mais para seu espanto percebe que esta tudo deteriorado, o assoalho do veículo esta enferrujado , existe muita areia dentro dele, ervas daninhas por toda parte as poltronas dos passageiros estão todas destruídas , esburacadas a maioria arrancadas do lugar, todo o interior do veículo esta reduzido a ferragens oxidadas , o teto não existe a um enorme buraco por onde ele enxerga um céu azul e um sol forte, ele pensa – onde estão todos os passageiros? Não havia ninguém – , ele se ergue percebe que seu corpo está intacto, nenhum arranhão ao não ser seu relógio digital que estava quebrado com uma rachadura no vidro seu celular também estava quebrado bem danificado, ele caminha em meio as ferragens encontra uma saída na parte frontal do ônibus no lugar onde ficava o motorista havia um buraco por onde ele saiu, ao sair ele percebe que o carro esta num ribanceira a o lado da rodovia, mais não havia rodovia mais uma estrada de ferro, percebeu que estava em meio um bosque de arvores baixas e ressecadas e muitos arbustos , suas roupas estavam em farrapos, ele subiu a ribanceira chegou a linha de trem foi ai que ele teve uma visão melhor dos arredores, - Meu Deus onde eu estou que lugar é esse e como eu vim parar aqui? – oque ele viu o deixou perplexo, a estrade ferro era ladeada por uma mata cerrada, semelhante à vegetação da caatinga do nordeste, ao longe ele divisava grandes paredões rochosos e colinas íngremes numa paisagem árida e desértica foi ai que ele se lembrou – minha maleta, meus contratos – e saiu correndo feito um louco entrou nas ferragens do ônibus abandonado foi ate a poltronas sete ainda estava lá, desesperado ele encontrou a maleta, encolhida, amarelada pelo tempo e mesmo carcomida em alguns cantos, abriu e para seu assombro não havia papeis apenas pó – nãooooo isso nãoooo meus contratos perdidos, destruídos – mais depois de um tempo ele ficou mais calmo e pensou – bobagem a firma pode mandar por e-mail uma copia dos papeis – Jorge era um homem racional jamais ele acreditou em coisas do além ou sobrenaturais mais agora ele se via naquela situação insólita, se sentindo sem rumo, perdido naquele lugar estranho que em nada lembra seu Rio Grande do Sul, o jeito era seguir em frente tentar descobrir onde estava e oque deveria fazer para voltar para seu mundo ele pensava logicamente – se alguma coisa me trouxe pra aqui deve haver um jeito de sair e volta para meu mundo – Jorge caminho a o longo da estrada de ferro o sol castigava seu corpo, após uma hora caminhando ele avistou uma estação de trens abandonada, pelo menos era um lugar para descansar deitou-se sobre um banco de espera para descansar tirou a parte de cima de sua roupa a dormiu para repor as forças, de repente foi acordado com um barulho forte e esquisito era como se fosse o bater muitas asas, olhou para o céu, pois o som parecia vir dali então viu uma assombrosa cena dezenas de enormes seres alados, eram gigantescos gafanhotos cada um com 9 metros de envergadura entre suas patas ele viu horrorizado mulheres, muitas mulheres se debatendo em desespero, a nuvem dos monstruosos insetos logo sumiu no horizonte, não dava para ver os rostos da vitimas apenas seus corpos sendo levados pelas criaturas –.Que diabos é isso que merda e essa? indagava o jovem executivo mais ele logo abandonou a estação (agora com muito medo daquelas coisas temia ser atacado pelos monstruosos gafanhotos ) caminho por mais uma hora então chegou a um trecho onde havia dois paredões rochosos a linha de trem passava entre eles Jorge continuou sempre temendo por sua vida, no caminha ele achou uma vara de ferro comprida e pontiagudo ele pegou e usaria como uma lança como forma de defesa caso os gafanhotos surgissem, estava anoitecendo pois o lusco fusco da tarde já começava a envolver o mundo com seu manto, foi ai que viu que estava chegando numa cidade, avistou casas e prédios baixos, havia uma placa de boas vindas estava escrito “bem vindo a Porto Alegre” a placa estava enferrujada e com buracos de bala Jorge atônito pensou – não é possível é Porto alegre essa cidade miserável arruinada – sim era uma cidade fantasma, não se via ninguém apenas prédios em ruinas , carros enferrujando , motos destroçadas, muito lixo, e sujeira as poucas casas de pé eram imundas sujas e esburacadas, parecia que havia acontecido uma batalha naquele lugar desolado logo Jorge pensou – deve ter sido uma guerra nuclear, mais se foi não sinto os efeitos da radiação, meu Deus minha cidade meu pais destruídos? – Jorge pela primeira vez se de conta do drama que vivia se aquilo era porto alegre então o resto do Brasil estava daquele jeito? –e minha família, minha noiva onde estão todos? Será que foram mortos ele cai no choro ele não era um homem muito emotivo mais naquelas circunstancias extremas Jorge se rendeu ? – uma angustia tomou conta de Jorge, mais depois de um tempo ele se acalmou e pensou - precisava encontrar um abrigo para passar a noite, - ele caminha pelas ruas, apesar da cidade se chamar Porto Alegre era muito diferente , ele não reconhecia as ruas, as praças, era muito diferente da cidade que ele costumava ir ate os nomes da ruas era diferente então ele pensou – talvez essa não seja a minha porto alegre mais outra, talvez não seja esse mundo o meu mais outro – isso deu esperança a Jorge de reencontrar sua família seus amigos e seu mundo e quem sabe salvar ainda seus negócios.- Jorge estava cansado e sujo queria um lugar para tomar um banho e descansar e arranjar algo para comer, viu uma padaria não estava destruída abriu porta perguntou se alguém estava ali não teve resposta, procurou algo para comer achou pães e pacotes de bolachas e também algumas latas de refrigerante o curioso e que estava escrito –caco cola – ele comeu e bebeu após isso encontrou um banheiro apesar da sujeira o chuveiro funcionava ele tomou um bom banho, após isso se sentiu melhor .
Alimentado e limpo, Jorge saiu pra fora foi ai que ele ouviu o som familiar de asas batendo agarrou sua lança e se preparou para a luta olhou o céu que a essa altura tinha estrelas, avistou vultos ameaçadores eram eles, os grandes gafanhotos, dessa vez eram poucos apenas três deles, Jorge se escondeu na padaria não queria ser visto pelas feras aladas. Depois que eles se foram tudo voltou a calma, Jorge caminho pela cidade não encontrou uma vivi alma ele pensou – todos devem ter fugido mais existe gente, aquelas pobres mulheres sendo levadas devem viver fugindo desses monstros, devem morar em algum lugar talvez em cavernas quem sabe - pensava ele Jorge volta para a padaria, ali encontra um colchão empoeirado era melhor que nada e adormece .
Na manhã seguinte, o jovem executivo, se levanta se alimenta, e sai para explorar a cidade ele tinham esperança que se achasse alguém talvez pudesse ajuda-lo – a sair daquela distopia bizarra, estava sentado na frente de uma antiga loja de venda de artigos de pesca, quando ouviu sons eram vozes humanas a principio estavam distantes , mais foi aumentando Jorge teve ímpetos de correr ate as vozes finalmente iria encontra alguém, mais se conteve lembrou que estava num mundo estranho ele não sabia como seriam essas pessoas podiam ser agressivas por precaução ficou escondido atrás da carcaça de um velho carro de policia avistou um grupo de pessoas que vinha em direção a uma praça onde havia uma estatua de algum personagem importante do passado , a medida que o grupo se aproximava Jorge começou a reconhecer quem eram, eram cerca de 12 pessoas, as sete primeiras ele reconheceu eram os passageiros do ônibus que aviam embarcado com ele o casal de idosos, o rapaz negro as duas jovens adolescentes, o motorista e o cobrador do ônibus, eles eram escoltados por cinco elementos quatro deles eram desconhecidos pra ele, magros , sujos de aparência feroz, carecas com diversas tatuagens um deles tinha uma protuberância no rosto oque o tonava particularmente feio, o outro era cego de um olho e arrastava uma perna e desdentado o terceiro era gordo enorme e horroroso e portava uma enorme marreta como arma o quarto era baixo e atarracando e tinha uma cara de fuinha mais todos traziam , fuzis AK 47 , revolveres e facas mais o líder do grupo e que deixou Jorge chocado por incrível que pareça o líder era igual a ele – não e possível que loucura é essa esse infeliz tem a minha cara, o meu tamanho não pode ser – sim o líder dos Punks , era um sósia de Jorge o executivo a diferença era as roupas vestia uma jaqueta militar e botas, tinha um corte de cabelo tipo moicano tinha nove argolas em cada orelha e uma no nariz, tinham um olhar terrível, transbordava de maldade e ódio, as sobrancelhas eram raspadas e haviam um alfinete enfiado em cada uma tinha na boca ( cheia de dentes afiados como navalhas) trazia um toco de charuto que ele fumava com sofreguidão e, nas mãos tinham anéis de diversos tamanhos, e o corpo todo coberto de tatuagens em torno do pescoço 12 correntes de aço , este ser trazia na mão direita um enorme faca de açougueiro, e na outra uma pistola 9 milímetros, nas costas levava uma Ak 47 carregada em torno de seu abdômen cintos com balas e granadas, tinham a minha altura mais era mais musculoso era um guerreiro do apocalipse e para piorar alguns dos seus lacaios o chamavam de –Jorge come fígado – enquanto Jorge o executivo assistia a cena por traz do carro velho, Jorge come fígado se preparava para fazer coisas terríveis
Quando o grupo chegou perto da estatua, os prisioneiros , os passageiros do ônibus foram empurrados brutalmente para o sopé da estatua, as pobres moças tremiam e choravam pedido clemencia – por favor não nos mate – caladas cadelas, não pretendo mata-las vocês vão me servir de outra maneira há,há,há,há,há, - os lacaios começaram a rir e a pular e dar tiros de Ak 47 num frenesi selvagem, um deles o gorducho enorme agarrou uma das moças e disse – chefe eu quero essa moça pra mim – o tal Jorge come fígado olhou para o lacaio com raiva e desprezo e berrou – largue ela seu estupido, você sabe pra que ela serve, eu arrumo uma mulher pra você mais ela não – chefe deixa a gente ficar com a mais novinha – disse o outro de cara de fuinha acariciando a adolescente de treze anos - não eu já disse que elas fazem parte do negócio, elas não podem ser usadas por vocês seus animais – ele sacou sua pistola e apontou para seus lacaios que se acalmaram o terrível Jorge come fígado intimidava seus companheiros de gang - o primeiro que eu pegar passando a mão nelas leva uma bala no meio das fuças esta entendido – sim chefe ,sim – eles responderam respeitosamente, as jovens foram conduzidas a um local da praça uma espécie de área de lazer em forma de circulo, dois dos punks as vigiavam os outros....
Jorge mau podia acreditar no que seus olhos viam, tamanha violência e maldade, e barbarismo os cinco outros passageiros foram mortos ali no sopé da estatua, o casal de idosos foi morto pelo gordo com uma violenta marretada que esmagou suas cabeças os outros foram mortos a golpe de faca, ou com tiros na cabeça seus gritos de dor eram de cortar o coração mais Jorge come fígado dava risada ao assistir a matança, após terminar o massacre, ele fez jus ao terrível apelido, abriu o corpo de cada uma das vitimas arrancou o fígado e os comeu com prazer os lacaios tiravam os corações e os comiam eles eram canibais, enquanto esse horripilante banquete acontecia Jorge o executivo não aguentou ver aquilo e vomitou e pensar que aquele monstro era igual a ele na aparência física era revoltante, mais sobravam as moças oque aqueles sádicos fariam com as pobrezinhas, Jorge teve vontade de tentar salva-las mais oque poderia fazer contra cinco assassinos armados até os dentes, ele só tinha uma pobre vara de metal, ele cairia crivados de balas antes mesmo de chegar perto das moças. Julia e Beatriz assistiram horrorizadas o massacre dos outros passageiros, tremiam e choravam de medo, Julia a mais velha criou coragem e pediu a um dos punks que chamasse o chefe queria falar algo com ele o capanga foi até Jorge come fígado, o bastardo limpava a boca do sangue de uma das vitimas, quando ouviu recado da moça, ele então limpou a faca foi ate a jovem – diga cadela oque quer – senhor por favor faça oque quiser comigo mais poupe minha irmã ela ainda é uma criança, se quiser me pegar eu serei sua mulher mais deixe minha irmã em paz –o terrível Jorge se aproximou e agarrou com violência o pescoço de Júlia a pobrezinha tremia de medo sacou a faca e ficou encostando a ponta no peito dela e disse com voz maligna – escute docinho, você e muito gostosa, seria delicioso te possuir ,mais negócios são negócios, quanto a sua irmã, ela é ainda mais gostosinha que você, mais eu já disse o destino de vocês já esta determinado, vou entregar vocês a eles – eles quem? – indagou Julia – na hora certa vocês saberão docinho mais fique tranquila eles vão cuidar bem de vocês, não precisa ter medo garanto que seria pior se eu entregasse vocês para meus homens eles fariam coisas terríveis com vocês e depois eles matariam vocês e comeriam seus corações acredite garota e melhor que eles te levem – o terrível punk porem antes de ir agarrou Júlia a força a beijou com brutalidade – é meu beijo de despedida docinho – a pobre jovem se retirou foi para perto da irmã, as duas ficaram abraçadas chorando e tremendo de medo. Jorge come fígado e seus lacaios agora esquartejavam os corpos das vitimas, fizeram uma fogueira e assaram a carne das pessoas mortas, e comeram ate se farta, Jorge o executiva não conseguia assistir aquilo e se retirou - malditos bastardos se eu tivesse uma arma eles veriam oque é bom, - a noite chegou Jorge abrigado no interior do carro de policia abandonado, dormia ai por volta da meia noite ele ouviu o som terrível de asas batendo, ele acorda e olha e vê os vultos escuros surgindo eram eles os terríveis gafanhotos gigantes , Jorge come fígado e seus lacaios dão tiros para o ar, Jorge o executivo pensa que eles estão atirando nos gafanhotos mais não eles estão sinalizando pra eles, alguns dos homens dele trazem grandes lanternas e fazem sinais luminosos nesse momento as criaturas aladas sobre voam a praça onde eles estão Jorge executivo percebe que sobre cada gafanhoto haviam criaturas meio homem meio inseto um tipo bizarro de hibrido eles montavam os gafanhotos e os conduziam como cavaleiros bestiais Jorge come fígado ordena que as garotas sejam trazidas, as mocinhas aterrorizadas choram e imploram por suas vidas mais em vão , elas são colocadas no centro do circulo , Jorge o executiva assiste horrorizado, a pobres garotas são levadas pelos gafanhotos , julia e beatriz cada uma eles são agarradas e levada pelos ares elas gritam e esperneiam em vão em segundos as garotas somem na noite, no chão dois toneis são deixados, Jorge come fígado e seus capangas pegam os tambores e os levam o que teria ali de tão valioso pra eles trocarem por mulheres? Ninguém sabe.
Na manhã seguinte, Jorge o executivo, acorda na padaria, ainda pensando no destino das moças, ele sai pra rua caminha até a praça com cuidado para não ser visto, então ele avista Jorge come fígado e seus lacaios, agora eles estão sobre um veículo puxado por cavalos, uma sucata com rodas Jorge come fígado guia a “carroça” ele açoita os cavalos e esbraveja com seus capangas, eles parecem que tem pressa os punks começam a atirar intensamente no encalço deles um veiculo blindado de cor marrom armado com metralhadoras que cospem fogo nos fugitivos , eis que do nada surge um helicóptero que abre fogo nos cavalos de Jorge come fígado com os animais mortos , carro capota, os punks, caem mais logo se reagrupam e abrem fogo contra o helicóptero às balas ricocheteiam na blindagem o grupo de punks esta cercado mais continua lutando, um a um eles vão sendo abatidos a tiros pelo blindado e o helicóptero ate que só Jorge come fígado resta por uma incrível coincidência o infeliz em fuga acaba chegando à padaria onde Jorge o executivo se esconde, Jorge vê uma chance de vingar o triste destino de seus colegas do ônibus, ele corre em direção a padaria com cuidado para não ser apanhado num fogo cruzado, chegando lá como já conhecia bem o lugar entrou pelos fundos com sua lança em punho, ele sabia que Jorge comi fígado estava ferido e sem arma de fogo, o insano bandido chegou ferido mais ainda perigoso, tinham como arma a faca de açougue com a qual ele tinha tirado o fígado dos passageiros do ônibus, . – maldição malditos reguladores, tinham de aparecer justamente quando eu concluir a negociação mais eles não me pegam, eu ainda vou me vingar desses bastardos e comerei seus fígados - come fígado estava encostado no balcão ensanguentado mais vivo, então Jorge o executivo , surgi com sua lança ele diz – Jorge come fígado sua hora chegou – o assassino se virou surpreso – quem esta ai aparece seu covarde – Jorge o executivo surge com um pano cobrindo seu rosto ele não queria que o maldito descobrisse que eles tinha a mesma fisionomia, - quem diabos e você? – eu sou aquele que vai vingar aqueles que você matou – de quem você esta falando, eu já matei tantos na minha vida que já perdi as contas-- eu falo em nome daqueles do ônibus seu maldito canibal – há os esquisitos que surgiram do nada, foi um prazer acabar com eles, só lamento não poder ter ficado com as garotas, elas eram deliciosas – - cale-se seu filho da puta, eu vou acabar com tua raça – você com esse espeto há,há,há, já enfrentei coisas piores, eu vou comer teu fígado seu babaca pretencioso – veremos – Jorge apesar de não ser nenhum atleta era um rapaz forte sempre praticou musculação e treinava karaté, não era um adversário fácil e movido pela raiva e o desejo de vingança contra aquele maldito canibal, ele avançou contra o outro Jorge come fígado, o bandido estava em desvantagem só tinha uma faca, mais era muito habilidoso no manejo era um guerreiro experiente, ele se esquivou das duas primeiras estocadas de Jorge executivo, era estranho parecia que Jorge estava lutando contra ele mesmo tamanha a semelhança entre eles, o come fígado deu uma rasteira no Jorge executivo que caiu, por um instante come fígado teve a vantagem pulou sobre o adversário com a faca na mão e mirava o coração do outro mais o treinamento de karaté do executivo o salvo ele conseguiu bloquear o ataque e com um golpe bem aplicado com as pernas derrubou o adversário a faca foi tirada da mão do come fígado então o executivo pegou a lança que não estava longe e antes que o assassino pudesse se recompor Jorge executivo transpassou o coração do bruto, com sua vara de metal .Mortalmente ferido o facínora da um urro de dor disse um palavrão estremeceu e morreu ali no chão da padaria . Jorge executivo da um brado de vitória tinham vingado a morte de seus colegas do ônibus e a triste sorte das moças, mais quando a adrenalina baixo ele teve uma crise de choro ele nunca tinham matado ninguém ele olhava para o cadáver inerte numa poça de sangue e via seu rosto era tão bizarro nisso do nado surgiu um ancião um velho de longas barbas brancas, ele perguntou surpreso quem é o senhor ?- meu nome não importa, saiba que vi oque você fez, - eu não tive escolha era ele ou eu – eu sei filho não se preocupe não estou aqui para julgar você esse sujeito mereceu o fim que teve ele causou muita dor e sofrimento – estou aqui para ajudar você – como me ajudar? Você sabe como posso sair desse pesadelo? – sim eu posso escute , volte para o lugar de onde você veio chegando lá pense no seu mundo, na sua família na sua vida respire fundo aja oque houver não abra os olhos - só isso ? – sim meu filho volte em paz para sua terra – quem me trouxe aqui quem e você? – porem o ancião evaporou, sumiu, Jorge o executivo saiu da padaria abandonada e caminho ate o ônibus de onde ele tinham vindo chegando lá fez oque o ancião ordenou então...
De repente Jorge se viu no ônibus mais não era mais aquela carcaça enferrujada , era um ônibus moderno, ele ficou surpreso, olhou a o redor e viu pessoas conversando e afivelando os cintos, se levantou e reconheceu todas as pessoas, eram moradores da cidade pessoas que ele já tinham visto muitas vezes ali, ( mais havia um detalhe que Jorge não sabia ninguém ali conhecia ele). Alguns ouviam musica com seus celulares, outros jogavam games com seus aparelhos, que alivio era o mundo dele, o mundo que ele conhecia, ele se senta coloca o cinto lembra da pasta quando abriu lá estavam os papeis ele da um suspiro de alivio, o resto da viagem transcorre normalmente durante o trajeto ele relembra as extraordinárias aventuras que tinham vivido e pensa – não vou contar a ninguém essas coisas vão dizer que estou maluco, nem eu mesmo acredito, será que não foi apenas um sonho? E talvez tenha sido um sonho, vai ver eu dormi e isso viagem no tempo? Mundos paralelos isso e loucura de nerd e eu não um nerd, é foi isso apenas um sonho nada mais - quando o ônibus chega a porto alegre ele reconhece e sua querida Porto Alegre, as ruas, as praças, o trânsito esta tudo certo foi tudo um sonho ou pesadelo para ser mais exato, quando ele desembarca a primeira coisa que faz e telefonar para sua empresa que por sinal se chama novo horizonte, mais não consegue, a toda hora o aviso de que – esse numera não existe – ele achou estranho mais não ligou não foi a primeira vez que isso aconteceu depois ele ligou pra sua mãe que mora num subúrbio de Porto Alegre, - alo mãe, sou eu o Jorge - Jorge meu filho e você mesmo? – sim quem mais poderia ser – meu filho por onde você tem andado, estamos tão preocupados com você- como assim mãe? Eu vivo em Neolis onde mais eu poderia viver? – filho você voltou pra lá depois de tudo que aconteceu? – mãe eu não estou entendendo oque a senhora quer dizer? – filho deixa pra lá o importante e que você voltou tome cuidado você sabe o perigo, seus irmãos e seu pai estão muito aflitos – hora Jorge era filho único ele não tinha irmãos ele fica surpreso com a declaração da mãe – meus irmãos? – filho por favor tenha cuidado – antes de desligar ele perguntou por sua noiva Marcia, - mãe e Marcia preciso encontra-la – Que Marcia filho,? não vai dizer que você arramou outra aventureira a Julia não merece isso ela ficou todo esse tempo te esperando – Jorge não estava entendendo nada, quem era Julia, sua noiva se chamava Marcia uma estudante de medicina que ele já namorava a 3 anos pensava até em casar com ela – mãe eu vou desligar agora esta bem mais tarde eu vou ai, tenho um negocio importante para resolver – que negocio filho , Jorge olha oque você vai fazer depois de tudo que aconteceu tome juízo menino – tá certo mãe a gente se fala tchau- depois que desligou o celular Jorge pensou – meu Deu não é possível será que eu não voltei para meu mundo , esse pesadelo ainda não terminou? - Jorge toma um taxi e vai direto ate a empresa Bras empreendimentos imobiliários , onde ele deveria concluir o negócio , entra na empresa e se apresenta a atendente – boa tarde eu sou o representante da empreiteira Novo horizonte eu tenho uma audiência marcada com o doutor Marcial – pois não senhor vou verificar no sistema – a jovem faz uma checagem na agenda de compromissos daquele dia mais não encontra nada sobre uma audiência com um representante da novo horizonte, inclusive ela descobre algo perturbador – senhor sinto mais nada consta sobre essa empresa, - como não eu mesmo mandei um e-mail marcando a reunião - bem não existe nenhum registro de qualquer mensagem eletrônica em nome dessa empresa, alias eu descobri que esta empresa esta fora do mercado imobiliário a mais de três anos, ela faliu, - como assim faliu? – bem aqui consta que essa empresa sofreu um golpe dado por um jovem executivo, por nome Jorge Prado , a empresa perdeu todos os contratos , e fechou as portas, - Jorge estava chocado, atordoado com as informações, ele indagou temendo a resposta – e o tal Jorge oque houve com ele? – bem ele fugiu do país, com uma fortuna em dinheiro, hoje ele é procurado pela policia – o pobre Jorge ficou pálido , a moça notou – o que o senhor tem? quer ajuda eu posso chamar um medico- não é apenas uma queda de pressão eu vou sentar ali um pouco tudo bem – sim a proposito como o senhor se chama – jor.... não meu nome é Danilo ventura esse é meu nome – esta bem senhor Danilo pode ficar a vontade se precisar de algo pode me dizer – em circunstâncias normais Jorge poderia jurar que a bela secretaria estava paquerando com ele mais diante da situação bizarra ele nem tinha animo de flertar com alguém , o pobre jovem executivo, ficou algum tempo pensando na situação , estava confuso não sabia o que fazer, ele sabia que não estava em seu mundo , apesar de parecer igual era uma outra realidade, nesse mundo ele era um fora da lei , procurado pela policia , um executivo corrupto, Jorge porem ficou curioso como seria sua ‘’ família” naquela realidade, como não tinham opção resolveu ir ate a casa dos pais, pelo menos o endereço era o mesmo ele imaginava, mais com o dinheiro que ainda tinha, foi para um hotel descansar, teve o cuidado de não dar seu novo verdadeiro pois poderia ser preso, chegando no quarto Jorge pegou um notebook que o hotel disponibilizava para os clientes, e fez um pesquisa no Google confirmou todas as informações a empresa novo horizonte não existia mais, seu outro eu , era um bandido procurado pela Interpol, ate a cidade de neolis tinha mudado o nome para neopolis, , tomou banho comeu algo e foi dormir, No dia seguinte acordou torcendo que tudo aquilo fosse um sonho , então tomou um taxi até o bairro de Gravataí, onde morava sua família, estava curioso para saber como era essa família naquela realidade, ao chegar a rua notou que era igual a que ele conhecia, chegando na casa de dois andares da família prado, percebeu que era igual nos mínimos detalhes , a tocar no interfone as câmaras de vigilância focaram seu rosto, um porta que ficava no próprio portão grande de madeira solida se abriu ele teve uma surpresa sabe quem era, Julia a garota que foi levada pelos gafanhotos, gigantes ,ela assim que viu Jorge o abraçou e o beijou na boca, ela disse – meu amor que saudade porque você não avisou antes que estava na cidade a policia te seguiu – eu bem Júlia, não tive tempo foi tudo muito rápido eu decidi vir – tudo bem meu amor, venha estão todos loucos pra te ver, a o entra na propriedade dos prado era tudo igual ate os cachorros da família, vieram fazer festinha pra ele, apenas os personagens humanos eram diferentes , Jùlia levou Jorge pela mão e gritava – venha todos Jorge voltou – uma linda adolescente sardenta surgiu com seu celular com jeito meio desinteressado , era Beatriz a outra garota levada pelos horríveis gafanhotos, nesse mundo ela era irmã de Jorge ela olhou para Jorge sem muita emoção e disse – ola irmão seja bem vindo – ele ficou espantado com a frieza da garota, que logo foi embora , sem dar maior atenção ao irmão recém chegado, depois surgiu o jovem negro de cabelo Black Power , agora com o cabelo bem curto quase careca vestia uma camisa do Internacional um time da capital, era um pouco mais magro , assim que viu foi logo dizendo –ai brother tudo de boa - ele respondeu – tudo na paz – valeu – disse ele e foi embora, Julia percebendo um certo constrangimento no noivo redarguiu – não liga não amor sabe como são os adolescentes, teu irmão de criação gosta muito de você e tua irmãzinha tem esse jeito distante de tudo mais tenho certeza que ela te ama – tudo bem Julia, tu bem – porque você me chama assim ? tão formal, me chama de Ju como você costuma fazer- tá certo querida jú – há agora sim vem vamos ver teus pais quando Jorge entrou na elegante residência dos prado ele viu surpreso seus pais eram o casal de velhinhos do ônibus que foram mortos pelo monstruoso capanga de Jorge comi fígado, - filho que saudade porque não nos avisou teríamos preparado uma festa de recepção a sua altura – tudo bem mãe, o importante e que estou aqui com vocês, - o velho senhor indagou com ar serio – filho porque você fez aquela besteira você tinha tudo para se tornar um executivo de respeito em vez disso virou um marginal – bem pai , eu não sei acho que o dinheiro virou a minha cabeça, mais saiba que estou arrependido e se pudesse voltar no tempo não teria feito aquilo - os dois velhos se entreolharam incrédulos, eles notaram que o filho estava muito diferente, a três meses atrás eles tinha recebido uma mensagem de vídeo, de Jorge , ele se gabava de suas façanhas agia como um fanfarrão dizia que a policia nunca o pegaria e que estava vivendo como um rei, só não podia revelar onde , agora viam um jovem de jeito tímido e arrependido de seus atos não combinava com o Jorge, ousado , ambicioso, mau caráter , debochado e egoísta a quem estavam acostumados. Mais se alegraram com a mudança o pai o chamou num canto reservado e disse – filho porque não se entrega a policia eu posso arranjar um bom advogado em um ano você estaria solto - é pai estou pensando nisso seriamente – o bom velho abraçou o filho com lagrimas nos olhos – você esta diferente filho nem parece o Jorge que eu conheço – Jorge sentiu uma ponta de vergonha por estar enganando aquelas pessoas fingindo ser quem eles pensavam que ele era, mais controlou o seu remorso afinal ele precisava de abrigo ele não sabia quanto tempo iria passar naquele mundo , mais ele Compreendia que não poderia ficar muito tempo ali quando o seu outro eu surgisse seria uma confusão dos diabos talvez ele acabasse preso ou num asilo para loucos quem acreditariam numa estória maluca daquelas o próprio Jorge teimava em não querer acreditar, mais era um fato concreto insofismável ele estava em uma realidade paralela a sua um mundo diferente de alguma forma ele havia penetrado numa fenda dimensional que o havia levado para aquela realidade , mais por hora ele tem de manter a farsa..
Nem tudo era ruim havia a gostosa Julia sua “noiva” bem que nosso herói deu uns amassos nela , para relaxar, afinal ele nem sabia se um dia iria voltar a ver Marcia, havia algo de bom em tudo aquilo, era Julia uma garota bonita ,inteligente, simpática ,meiga e de bom coração era incrível que ela fosse noiva daquele escroque, mais o fato que sendo sua “noiva” ele se aproveitou.
Jorge estava em seu quarto, era mesmo dele apenas a decoração era diferente, postes de mulher pelada, nas paredes quadros de gosto duvidoso, os pais haviam preservado o quarto do jeito que o outro Jorge havia deixado, no note book, muita pornografia barata, além de informações sobre operações financeiras fraudulentas, biografias de mafiosos numa estante, aqueles marginais eram os ídolos do outro Jorge corrupto , haviam também papeis com informações sobre paraísos fiscais onde ele poderia depositar a grana de suas negociatas, havia no note book sites que debochavam da policia, pesquisando no Google maps indicações sobre possíveis rotas de fuga, todo arquivado, era incrível que a policia não tivesse levado tudo aquilo mais o pai do Jorge corrupto era influente e deu um jeito da policia não invadir o quarto do filho, para investigar, lá pras tantas, Jorge recebeu um chamado pelo interfone interno da casa –filho seu irmão chegou, venha velo – oque eu tenho outro irmão que família grande – pensou ele, desceu as escadas já que seu quarto fica no terceiro andar daquela casa enorme quando chegou na sala ele quase cai pra trás quem ele vê na sala todo contente , era nada mais nada mesmo que Jorge come fígado , de cabelo moicano, cheio de tatuagens, vestido de couro, estava conversando com Julia e beatriz e o rapaz negro (irmão de criação) que alias se chama Leonardo, os pais sentados na poltrona da sala, quando a figura viu Jorge na escada gritou – e ai irmão fujão como vai – ele era igualzinho a ele exceto pela roupas e o corte de cabelo, - quando ele viu aquele sujeito que tinha feitos todas aquelas atrocidades, Jorge ficou descontrolado, de repente veio um turbilhão de lembranças , sentimentos, fúria , ódio, desespero, rancor revolta por estar não estar no seu mundo toda a tensão acumulada explodiu -, ele berrou do alto da escada, - seu maldito como você sobreviveu fora da minha casa se afasta da minha família seu bastardo filho da puta, saiam de perto dele ele é perigoso e um assassino desalmado , diga a eles seu apelido infame Jorge come fígado diga a eles miserável, - não e preciso dizer que todos ficaram Pasmos , lívidos, confusos, desorientados ninguém entendia o que ele dizia, se olhavam incrédulos, de repente aquele jovem tranquilo, e tímido havia se transformado num desvairado, um maluco que não dizia coisa com coisa pra começar aquele jovem apesar da aparência bizarra estava longe de ser o um assassino cruel, era um rapaz tranquilo que curtia rock punk, bebia e fumava um baseado mais só isso era pacifico, incapaz de ferir uma mosca, adorava bichos de estimação era um bom filho apesar das farras e de andar numa moto irada, um rapaz normal, na medida do possível, namorava uma estudante de medicina que por acaso se chamava Marcia, ele se chamava Eduardo , e era irmão gêmeo de Jorge, - quem primeiro falou depois da explosão insana de Jorge foi Julia, apesar da pouca idade ela era muito madura , e tinha um estilo calmo e controlada, ela falou – querido tenha calma, oque houve não reconhece seu irmão gêmeo Eduardo? - foi ai que Jorge caiu em si, ele tinha cometido um grande desatino, aquilo era uma realidade diferente, não tinha nada haver com aquele mundo tipo Mad Max que ele tinha estado a aparência do jovem Eduardo seu irmão gêmeo era só coincidência , Jorge tentou ter presença de espirito, ou tudo estaria perdido, - e ai gente desculpem foi uma brincadeira, eu acho que me empolguei com a pegadinha, - pegadinha ? você berrava e babava como um cachorro com raiva – disse a esperta Beatriz – foi então que Eduardo falou – tudo bem irmão fujão eu já saquei a sua, queria me dar um susto cara tu devia fazer teatro tu falava como um maluco, ficasse vermelho porra meu tu é um artista – acho que descobri um talento dramático estive lendo uns livros sobre teatro e gostei por isso fiz essa brincadeira queria ver a cara de vocês espantados com minha encenação de um louco varrido mais vem cá irmão punk me de um abraço – Jorge desceu as escadas abraçou o irmão gêmeo apesar da explicação ser convincente, todos ainda se sentiam um pouco desconfortáveis com explosão alucinada que tinham presenciado, mais após o abraço , todos caíram na risada a sapeca da beatriz indagou – de onde tu tirasse aquela historia de assassino , Jorge come fígado – há irmãzinha tu já assistiu aquele filme Mad Max com Mel Gibson - sim claro todo mundo já assistiu – pois bem eu peguei o livro que inspirou o filme li ele todo então tive essa ideia maluca de pregar uma pegadinha em vocês foi isso Bel – Bel ? Tu nunca me chamasse assim, sempre me tratou por pirrralha, - há irmã qual é deixa de ser pentelha – disse Eduardo – vamos por os assuntos em dia e ai aquele golpe que desse hein mano – eu prefiro não comentar isso irmão – tá certo mais e ai tua vida no exterior me conta – Jorge ficou um pouco confuso eram muitas perguntas, algumas ele inventava respostas, mais quando eles falavam de assuntos internos da família o coitado ficava voando, ele fingia entender, mais na verdade estava todo por fora, a arguta Beatriz sempre desconfiada, indagava coisas a ele mais Jorge era esperto e experiente para sua idade não seria uma adolescente xereta que iria desmascara-lo perante a família, mais a garota era persistente ela passou a investigar tudo na Internet sobre o irmão seu golpe suas possíveis rotas de fuga para ver se pegava ele numa contradição, ela desconfiava que aquele cara não era seu irmão era um impostor, um agente da policia infiltrado, algo do gênero, mais Jorge sempre se antecipava a ela , ele mesmo pesquisava exaustivamente os papeis do outro Jorge, e se informava de tudo relacionado com o golpe, ele descobriu que o Jorge corrupto era brilhante ele quase chegou a admira-lo, mais ele sabia que no fundo ele era um trapaceiro , um sacana desonesto, ele conviveu com sua “família” postiça por algumas semanas, ele torcia para que o outro não mandasse e-mails ou mensagens pelo celular, mais ele pesquisando nos sites da policia descobriu que o outro Jorge estava provavelmente em algum paraíso fiscal curtindo sua grana e que provavelmente passaria muito tempo sem dar noticias pois temia ser rastreado pela Interpol.
Um dia Jorge descobriu que seu tempo estava se esgotando ele recebeu uma informação do site da policia o outro Jorge tinham sido localizado e que a policia estava em seu encalço, sua farsa não poderia durar muito , naquela tarde aconteceu outra coisa que o deixo muito triste, seu irmão punk apareceu com a namorada, sabe quem? era Marcia, a noiva de Jorge no seu mundo, quando ele viu a linda morena cor de jambo, muito parecida com kamila Pitanga ele ficou pasmo, fazia já tanto tempo que ele não via sua noiva, que beleza de mulher, perfeita, seios, pernas ,quadris e aquele sorriso amplo tão simpático . – irmão essa é Marcia minha namorada – apresentou Eduardo – prazer em conhece-la – disse quase sussurrando com o olhar fixo nos verdes olhos da moça – nossa como você e parecido com o Edu, e incrível – diz ela Jorge ainda em transe nada diz apenas suspira que vontade de desnudar aquela mulher e leva-la pra cama não que Juliana não fosse bonita, mais Marcia era especial, afinal ele tinham namorado com ela três anos alias com ela não com a outra. Jorge porem era um cara com muita presença de espirito logo se refez do alumbramento , e conversou com ela e o irmão naturalmente. Mais por dentro ele sofria, que saudade de sua Marcia onde ela estaria? Será que tinha casado com outro? Será que um dia a veria de novo?
Uma semana de pois ele casualmente abriu uma pagina de noticias na internet e viu a noticia que ele temia - chega amanhã a o Brasil algemado e escoltado pela policia federal o golpista Jorge prado ele foi capturado quando tentava fugir para a França – para sorte de Jorge naquele dia todos da família foram para um velório de um parente que havia morrido Jorge preferiu ficar em casa sendo assim eles não iriam ver as noticias pelo menos não naquele dia a família iria passar o resto do dia com familiares que moravam no interior com pouco acesso as informações digitais, porem o celular de Jorge tocou era Júlia provavelmente ela já sabia mais ele não respondeu oque ele diria? desligou simplesmente. A brincadeira tinham acabado Jorge precisava ir embora logo todos saberiam , seria um inferno , policia , imprensa, a decepção da família que tinha sido enganada ele logo ganharia fama como “o sósia do criminoso internacional “talvez ate o acusassem de cumplicidade, Beatriz triunfa, finalmente pensava ele na verdade com o tempo Beatriz tinham parado de implicar com Jorge , eles se tornaram grandes amigos, aquele Jorge era tão diferente do outro que era um mau caráter, alias toda a família prado gostava do novo Jorge, atencioso, respeitoso de boa índole Jorge pegou suas coisa e sumiu, deixou um bilhete , agradecendo a todos a acolhida e confessou que não era o verdadeiro Jorge, sem mais explicações encerro o curto recado. Porem pela internet enviou uma mensagem especial para Beatriz, Julia e Marcia as três mulheres de sua vida nesse mundo eram mensagens sem texto apenas imagens com muitas flores e sua assinatura Jorge prado o desconhecido.
Caminhando pela estrada Jorge seguia sem rumo, o que faria de sua vida? logo ele seria um fugitivo procurado pela policia , quando sua historia bizarra fosse descoberta, pensou em ir para algum lugar bem isolado no interior do pais, onde talvez ninguém o conhecesse, ele sabia que seria um eterno fugitivo sem família, sem ninguém. Fazia sinal para os carros pedindo carona , trazia apenas uma mochila nas costas e muitas lembranças.
Na mochila algumas roupas o seu inseparável notebook, a maleta com seus preciosos papeis (ele tinham esperança de um dia voltar e quem sabe realizar sua tarefa). Algumas fotos de Júlia, Beatriz, e uma foto surrupiada de Eduardo a foto de Marcia. Seus últimos elos com família que não era a sua, mais que foi por um tempo, calçava seu tênis surrado, uma calça jeans desbotada, uma jaqueta de couro bem gasta e uma camisa de algodão azul de mangas compridas e um cachecol de cor laranja pra se proteger do frio (era uma tarde chuvosa de junho ) um gorro na cabeça e um óculos escuro nos bolsos alguns chicletes, seu celular praticamente inútil para quem ele ligaria? Uma caneta para anotações uma agenda de bolso, as chaves de seu antigo apartamento em Neoles e de seu carro deixado pra traz em outro mundo, estava de babar precisava esconder sua identidade, assim nosso herói caminhava com uma garoa fina e fria que o molhava . Havia pouco tráfego era por volta das 5 horas da tarde ele viu um velho ônibus igual aqueles dos anos 70, vindo pela estrada o carro parou no acostamento dentro do carro ele ouviu o som de uma antiga canção de Jorge Bem jor “ Jorge da Capadócia” na voz de Caetano Veloso ele sorriu achando graça , a porta abriu então um velhinho de barba comprida e branca como a neve surgiu e disse com uma voz rouca quase sussurrante - quer uma carona meu amigo- Jorge sorriu, e subiu .


Fim



 
ideraldoluis
Enviado por ideraldoluis em 07/07/2017
Alterado em 21/02/2018


Comentários

Site do Escritor criado por Recanto das Letras