meus contos meus assombros

quando o inferno estiver cheio os mortos andaram pela terra

Textos

o quarto 27
Entre o mundo que vemos e as coisas que tememos existem portas e quando elas se abrem os pesadelos se tornam realidade. Porém tais portas só abrem quando nos mesmos abrimos.
     Numa tarde chuvosa de um sábado, a jovem enfermeira Debora nascimento estava em seus afazeres no laboratório de análises clinicas, foi aí que ela   escuta um aviso pelo sistema de som do hospital, - atenção, atenção, todos médicos e enfermeiras vai chegar um paciente especial, todos devem estar preparados para receber esse paciente – nos seus 6 anos em que Debora trabalhava naquele hospital ela jamais havia ouvido tal informe, um paciente especial, o que era aquilo? Talvez fosse alguém famoso? Talvez um político importante? – pensava a jovem enfermeira curiosa com o tal anuncio, meia hora depois outro anuncio – atenção  todo o terceiro andar desse hospital deve ser evacuado, todos os pacientes devem ser deslocados para outros andares, o quarto 27 será reservado para o paciente especial, nenhum médico , enfermeira ou funcionário dessa instituição deve ir para o  terceiro andar apenas com autorização da direção desse hospital – tal anunciou estranho deixou todos no hospital perplexos, intrigados, o que estava acontecendo? Um andar inteiro? Para que isso? Será que esse paciente tem uma doença contagiosa Grave? Afinal quem é esse paciente qual a natureza de seu problema? -  Debora estava curiosa como todos e resolveu que quando ambulância chegasse ela iria para a entrada do hospital para ver esse tal paciente especial, pois bem meia hora depois a sirene de um a ambulância soa alto o carro estaciona no local específico  para desembarque de pacientes , médicos e enfermeiras foram para o local todos os funcionários do hospital aguardavam curiosos para saber quem tinham chegado, Debora deixou seu posto  foi até o local quando as portas do veículo se abriram dois enfermeiros tiraram uma maca, nela estava uma jovem mulher de talvez 26 anos , estava amarrada nos pês e nas mãos, vestia uma bata branca, estava sedada, desacordada , era uma bela moça loira de olhos azuis, alta e esbelta seus cabelos estavam assanhados e da sua boca escorria uma baba esverdeada, quando Debora viu essa mulher ela reconheceu imediatamente, era Sandra, a filha do dono do hospital, Debora conhecia aquela moça, ela tinham sido amiga de infância dela, frequentaram   a mesma escola, mais já fazia alguns anos que elas não se comunicavam, desde que Sandra se tornou uma moça rica, da alta sociedade, elas não tiveram mais contato, o pai de Sandra se chamava Bartolomeu, ele era um dos homens mais ricos da cidade era o dono do hospital, e de muitos outros estabelecimentos na cidade, mais nem sempre foi assim a alguns anos Bartolomeu era um homem pobre, era amigo do pai de Debora, bebiam juntos nos bares da cidade, Debora e Sandra eram amiguinhas da escola, mais depois que ele enriqueceu de uma forma estranha, muitos especulavam se ele tinham ganhado uma herança, acertado na loteria, ninguém sabia a origem da riqueza de Bartolomeu, mais o fato que agora ele era um homem poderoso e influente. Mais nada disso adiantava naquele momento sua filha Sandra estava naquele estado terrível, Sandra a moça mais invejada, e cobiçada da cidade todos os rapazes queriam namorar com ela, Sandra era linda, rica e educada, mais aquela era uma cidade pequena, havia muitas fofocas, diziam que Sandra, era uma jovem festeira, vivia nas baladas, estava sempre viajando para o exterior, diziam que era viciada e  que gostava de orgias regadas a drogas e álcool era promiscua já tinha tido dois abortos, enfim era uma garota  rica  e de vida livre. Mais nada disso importava Debora ficou chocada em ver a amiga de infância naquela situação , ficou penalizada – o meu Deus, não e possível é Sandra minha amiga o que houve com ela porque está assim amarrada – a jovem foi levada rapidamente até um elevador especial para doentes em estado grave, e subiu até o terceiro andar a essa altura já vazio, foi internada no quarto 27, após isso outro anuncio – atenção ninguém  deve subir até o terceiro andar , está proibido o acesso, sob pena de demissão sumaria, apenas com autorização da direção desse hospital – Debora ficava a cada momento  mais perplexa com a situação  pensava – meu deus Sandra deve estar com uma doença muito grave, talvez contagiosa por isso tal isolamento – 10 minutos depois chegaram o pai de Sandra o Bartolomeu, um padre e dois seguranças armados para perplexidade de todos, especialmente de Debora, - o que é isso porque ele trouxe um padre, será que Sandra está à beira da morte? – O pai da moça estava suado, de olhos arregalados, cabelo desalinhado, pálido o padre tinha um rosário na mão e rezava baixinho, os dois seguranças pareciam nervosos atravessaram o corredor apressadamente e entraram no elevador e foram direto para o quarto o pai e o padre entraram e os dois seguranças ficaram na porta montando guarda.  Diante dessa situação Debora toma uma decisão – eu tenho de saber o que está acontecendo com minha amiga, não importa eu vou subir até o terceiro andar eu preciso saber o que houve com ela mesmo que isso me custe o emprego – Debora estava aflita com o que acontecia com a moça sua amiga, assim aproveitando um descuido dos enfermeiros, que estavam todos tensos com a situação , Debora subiu por uma escada de serviço sem que ninguém desconfiasse e chegou até o terceiro andar onde sua amiga estava internada, ao chegar na porta de acesso assim que pós a mão na maçaneta ela sentiu um frio profundo, não era o ar condicionado era um firo estanho, lentamente abriu a porta nisso todas as luzes do terceiro andar se apagaram nessa altura já era por volta das 18 horas, ficou tudo bem escuro, Debora sentiu medo e ouviu um som estranho de vento soprando dentro do andar o que era muito bizarro, olhou para o corredor e avistou o quaro 27 com os dois seguranças na porta, eles pareciam nervosos, foi ai que sons horríveis ela começou a ouvir sons que viam do quarto 27 gritos , berros, barulho de coisas sendo quebradas , pareciam que estava acontecendo uma briga dentro do quarto, mais o pior  que ela ouviu claramente a voz do padre que clamava em desespero – sai satanás, saiiiii satanassss – e a voz do Bartolomeu – filha o que é isso , fale comigo, filhaaaaa não faça issooooo haaaaaaaaaaaa – então os dois seguranças entraram se ouviu dois tiros e gritos de horror e mais barulho  então tudo cessou um silencio profundo tomou  conta do quarto 27, de repente as luzes do corredor se acenderam, e aquele frio estranho cessou. Debora estava muito assustada com tudo chegou a colocar as mãos nos ouvidos para não escutar aquilo, mais estava determinada a descobrir o que aconteceu, dentro do quarto, foi aí que seu celular tocou ela o atendeu com a voz tremula era seu Pai Ricardo, - alo – filha tudo bem que voz e essa parece que está com medo – pai coisas estranhas estão acontecendo nesse hospital – coisas estranhas como assim? – Pai porque o senhor me ligou – eu liguei apenas para saber se eu posso dar um doce de abobora a karol – karol era a filha de 3 anos de Debora -  sim pai pode não tem problema – mais filha o que está acontecendo aí você parecesse assustada? – O paizinho coisa horríveis estão acontecendo a Sandra lembra filha do Bartolomeu chegou aqui numa maca amarrada – amarrada? Oque ela tem? – Eu não sei ela foi internada e isolada e o pior que o Bartolomeu chegou junto com um padre – Bartolomeu? Então e grave e com um padre? coitada deve estar à beira da morte – pai eu queria perguntar uma coisa – pergunte filha  - pai como foi que Bartolomeu ficou tão rico afinal ele era pobre e de repente enriqueceu -sabe filha eu nunca contei isso a qualquer pessoa eu sei o segredo do sucesso de Bartolomeu – então me diga pai – bem foi assim a alguns anos atrás eu o Bartolomeu estávamos num bar tomando umas , quando ele sob o efeito do álcool começou a se gabar ele dizia – sabe cara minha vida está mudando para melhor eu vou ficar muito rico , rico -  como assim Bartolomeu? Você acertou na loteria?  Que nada cara, eu vou contar, sabe a algumas semanas atrás eu estava na pior, devendo muito dinheiro, todos os meus negócios estavam dando errado, eu pensava até em me matar tamanha era a minha aflição, foi aí que um amigo meu me disse – Bartolomeu você está com problemas, que solução? – Sim claro eu faço qualquer coisa para sair dessa situação – ele me deu um endereço de um terreiro de macumba. Ei estava tão desesperado que decidiu ir lá , chegando lá após um ritual, ele foi introduzido a presença  de alto sacerdote, após pagar uma certa quantia, o espirito incorporou no feiticeiro e indagou – Bartolomeu , meu nome e Ascalom, oque deseja de mim – cara eu quero ser rico muito rico – eu posso dar tudo quiser mais vai ter um preço – eu dou qualquer coisa desde que eu consiga muito dinheiro – eu posso te dar mais antes tu vai me prometer que uma vez rico não te esqueça que eu vou cobrar algo em troca – oque ? – Tu saberás na hora certa – está bem eu concordo – o demônio tirou um pergaminho era enorme lá estava as obrigações do acordo, Bartolomeu leu tudo com interesse por fim disse – eu aceito faço que o livro diz – assim será mais saiba que depois de um tempo eu vou cobrar - tudo bem – Bartolomeu pensava que era a sua alma, mais ele nem ligou, ele não se importava com isso tudo que ele queria era ser muito rico. Dito e feito num espaço de um mês a vida de Bartolomeu mudou, ele ficou rico se mudou para uma casa grande no bairro nobre da cidade, passou a comprar carros e propriedades – então foi assim que ele enriqueceu pai? – Sim filha um pacto com o demônio foi isso que ele fez e isso já faz uns sete anos -. Segundo os pesquisadores de demologia após o pacto a pessoa curte por um bom tempo os benefícios, mais no fim o diabo cobra o pagamento e muitas vezes a cobrança e terrível.
     Foi o que aconteceu o diabo tinha cobrado o preço da riqueza de Bartolomeu, mais agora voltemos para Debora, ela estava tremula, perto da escada de serviço mais se decidiu a ir até o quarto e ver o que havia acontecido nele, ela pensa – então é isso a Sandra esta possuído pelo demônio meu deus que horrível , mais eu tenho de saber o que houve não posso abandonar minha amiga – a corajosa moça caminhou lentamente pelo corredor até chegar ao quarto 27, a placa com o numero estava meio solta e balançava sinistramente , Debora girou a maçaneta e quando abriu devagar a porta a primeira coisa que notou foi o cheiro de carne queimada então viu na parede do quarto paralela a porta uma mancha escura feita por uma chama de fogo era enorme e parecia estar com cinzas,  olha para o chão viu para seu espanto dois corpos carbonizados eram os dois seguranças que ainda seguravam suas armas, estavam irreconhecíveis pretos , estorricados , queimados, olhando para o interior do quarto se deparou com uma cena apavorante tudo estava revirado  e quebrado, bandejas, copos armários de remédios tudo virado e quebrado, perto da cama onde deveria estar Sandra , a jovem viu o padre no chão morto de olhos arregalados, seu peito tinham um buraco de onde jorrava sangue, e perto dele o coração do sacerdote que ainda pulsava quente, sobre a cama onde deveria estar Sandra não havia ninguém as amarras estavam cortadas, mais o pior foi quando ela olhou para um canto do quarto e viu Sandra ou alguma coisa que parecia ser Sandra, era uma monstruosidade  uma criatura totalmente transfigurada, o corpo era de mulher mais está coberto de sangue humano, sua cabeça era horrível os cabelos loiros e belos agora eram brancos como de uma ancião de 100 anos, seu rosto lembrava uma mistura de cachorro e morcego, com focinho e presas enormes na fronte despontavam chifre enormes a pele do rosto era toda vermelha coberto de verrugas o corpo estava magro e ressecado os braços terminavam e horrendas mãos com garras afiadas semelhantes a garras de uma águia, mais o pior e que na mão direita da criatura está a cabeça de Bartolomeu e seu corpo jazia num canto do quarto,  a pobre Debora deu um grito de terror fechou os olhos e cobriu o rosto com as mãos e pensou – o meu deus ele vai me matar, meu deus perdoe meus pecados recebe minha alma e guarde minha filhinha  - mais para alivio de Débora nada aconteceu com ela o monstro apena olhou para ela e rosnou com uma voz gutural – eu sou ascalon vim cobrar a dívida – o demônio atravessou a sala sem olhar para Debora com a cabeça de Bartolomeu sendo arrastada pelo chão deixando um rastro de sangue , abriu a porta do quarto e foi embora pra sempre
ideraldoluis
Enviado por ideraldoluis em 03/10/2017
Alterado em 02/11/2017


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